Nutrição clínica para intolerâncias alimentares

“As pessoas reagem de formas diferentes a uma mesma dieta”

É por isso que aquele padrão de dieta baseada em ovos, iogurte light, castanhas, leite desnatado, sanduíche de pão integral com peito de peru, requeijão light e queijo branco, pode dar resultado positivo para alguns, mas para outros não.

Intolerância Alimentar

Alimentação saudável não deve levar em conta apenas kcal, macronutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras), vitaminas e minerais. Também deve considerar como nosso corpo aproveita nossa alimentação, o que depende de como estamos digerindo, absorvendo e excretando.

É nesse contexto que entram as intolerâncias alimentares. Algumas proteínas presentes em alimentos, mesmo nos alimentos tidos como saudáveis pelo senso comum, como ovos, castanha do Para, amendoim, queijos, iogurtes, entre outros, têm potencial alergênico e podem ser prejudiciais e gerar reações inflamatórias em algumas pessoas.

Isso é importante de ser considerado principalmente por quem se queixa de estar constantemente com nariz congestionado, tem dores de cabeça ou enxaqueca frequentes, retenção hídrica, constipação intestinal ou diarreia, refluxo, distensão abdominal e assumem que esses sintomas são naturais delas e falam: “Ah, isso é normal. Sempre tive esses sintomas e sempre vou ter.” O que elas não sabem é que talvez o que elas comem diariamente, o corpo pode estar reconhecendo de forma errada e reagindo através de uma resposta inflamatória.

Essas intolerâncias podem ser adquiridas ao longo da vida e podem também ser geradas ou pioradas por dietas monótonas, que são gatilhos para hipersensibilização a algumas proteínas alimentares pelo excesso de exposição. É o caso de quem consome glúten em todas as refeições (Ex.: pão no café, biscoito nos lanches, sanduíche ou macarrão no almoço e jantar) ou mesmo quem consome dúzias de ovos ao dia.

Essa exposição excessiva pode em alguns casos gerar aumento da inflamação intestinal, reduzindo a capacidade absortiva e alterando a permeabilidade intestinal (“leaky gut”), tornando-se assim um gatilho para inflamação sistêmica, alergias, doenças auto-imunes, enxaqueca, acne e diversos outros sintomas.

Então, a mensagem que eu deixo é: se tem sintomas e uma “dieta saudável” não está sendo suficiente para aliviar os sintomas e queixas, é válido consultar com um nutricionista competente para avaliar mais a fundo o seu caso. Talvez poderá ser indicado avaliar possíveis intolerâncias alimentares, possibilitando excluir ou reduzir o que for necessário, de uma forma mais assertiva e assim favorecer uma melhora global dos resultados.